Janilson Barros do Amaral¹
Sou homem, e ao mesmo tempo sou lobo,
Sou humano, e de vez em quando sou feroz.
Sou bom, e às vezes, quando o lobo que há em mim surge sou mal.
E meu espírito luta contra essa dualidade de homem e lobo.
Adoro a burguesia quando sou lobo,
E quando sou homem, adoro a pobreza.
Sou feliz e, às vezes, quando o lobo que há em mim surge sou solitário.
E minha alma luta contra essa decisão: ser homem ou ser lobo.
Gosto da noite quando sou completamente lobo,
E das manhãs quando me sinto um homem.
Gosto do convívio com as pessoas e sou um ser sociável quando sou homem,
E me sinto furioso em convívio nas horas que me sinto o lobo.
Amo alguém na presença do homem que sou,
Sou um tímido e isolado quando o lobo está em mim.
Não consigo ter amigos diante do lobo, nem gostar de alguém,
E assim vou vivendo ora um homem, ora um lobo.
Mas quando o lobo consegue vencer o homem,
Realizo coisas que não faria como gente.
E quando o homem, às vezes, domina o lobo, consigo ser o que sempre quis.
E assim vou vivendo: feliz quando homem, infeliz quando lobo.
________________
¹Engenheiro Agrônomo, Técnico em Edificações, Professor e Escritor
E - mail: jbamaral@gmail.com Blog: http://jbamaral.blogspot.com
² Poesia inspirada no romance “O Lobo da Estepe” do escritor alemão Hermann Hesse.
E - mail: jbamaral@gmail.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário